“Não amo mais o meu marido!” Pode o amor acabar?

em domingo, 23 de março de 2014

Esta é uma indagação muito pertinente, visto que neste exato momento milhares de casais estão à beira da falência conjugal.  Sem esperanças se questionam o que aconteceu com aquele par romântico que um dia jurou amor eterno. Eram tão felizes, tão alegres, tudo era poesia e flores. Venceram muitos obstáculos até chegarem ao altar. Mas, com o passar dos anos, junto com as circunstâncias adversas, vem a fria sensação de que o amor já não é mais o mesmo. Muitos dizem frustrados: “Perdeu-se todo sentimento que havia entre nós. Acho que não deveríamos ter casado”.  Ou ainda: “Ele não era a pessoa certa! Fui enganada!”.

Talvez, hoje você tenha chegado até este texto procurando uma resposta definitiva para um amor que parece ter sido em vão. Quando os sentimentos começam a titubear, é hora de rever alguns conceitos importantes que podem nos transformar e mudar nosso destino para sempre. Estou certa de que seu interesse por respostas demonstra que ainda há esperança, mesmo que seu casamento esteja em crise, não é o fim. Vamos refletir juntas.
É possível um amor que era tão intenso acabar? Em primeiro lugar devemos entender que muitas de nós chegamos à vida adulta com uma visão distorcida de um relacionamento amoroso saudável. Nossos modelos de amor geralmente têm origem em músicas, livros, amigos, novelas, filmes, que retratam um amor avassalador, que acontece num passe de mágica, com simples troca de olhares. É o amor que não vê fronteiras, nem impossibilidades. Vai contra a vontade da família, das condições financeiras, e até de Deus, para “viver feliz para sempre”.
Nos filmes, a química é tudo que importa. A pessoa amada tem a obrigação de atender todas as necessidades do outro, uma vez apaixonado sempre apaixonado, paixão é igual a amor. Depois que o amor morre é impossível recuperá-lo, e o que importa é ser feliz, por isso, quando as coisas começam a ficar difíceis é hora de partir para outra pessoa que te complete. Sutilmente é isso que aprendemos todos os dias na grande maioria dos romances midiáticos. E quando a crise chega ao nosso casamento tendemos a seguir tais conselhos como se não estivermos alicerçadas na Palavra.
A verdade é que existem dois estágios no amor, e o mundo nos ensina a viver embasados no primeiro nível, que é de euforia da paixão obsessiva. Quando realmente fazemos as maiores loucuras de amor. Compramos presentes caríssimos que quase não conseguimos pagar, horas e mais horas ao telefone, juras de amor que nunca poderão ser cumpridas. Esta fase é boa e até divertida, mas não dura para sempre. Quando ela passa é preciso fazer uma escolha consciente e passar para o segundo estágio do amor, que é mais realista e exige reflexão e esforço.
É quando o fogo da paixão vai se extinguindo que mundo real nos assola. Contas a pagar, preparar refeição, arrumar a casa todo dia, trabalhar fora, cuidar das crianças, conviver com a sogra e com a carranca do marido. As diferenças veem à tona e um simples sapato fora do lugar gera uma grande guerra.  Então pensamos: Será que não o amo mais? Será que nos casamos por paixão? Será que ele não me deseja mais?
O primeiro estágio acabou. É hora de mudar o foco. E as novelas não vão longe o bastante para apontar com sabedoria o que fazer. O segundo estádio do amor é uma escolha racional: Escolher amar de verdade até o fim!
Sim, uma escolha! Você sabe que ele não é perfeito, mas você também não é. Talvez ele a tenha magoado profundamente, e certamente você também já o feriu. O amor verdadeiro é racional, ele pondera que o sucesso no casamento é mais do que encontrar a pessoa certa, é se tornar a pessoa certa. Quando lemos a Palavra do Senhor encontramos a esperança de que estamos sendo transformados em nossas imperfeições: “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo” (Filipenses 1.6). Tenha paciência consigo mesma, com seu turbilhão de sentimentos, tenha equilíbrio para compreender o outro. Talvez o que você não ame mais, seja a situação atual que vive e não o outro.
O amor verdadeiro é uma escolha. Assim como Deus escolheu nos amar. E o fez quando nós ainda éramos pecadores. (Romanos 5.8) Nós não merecíamos o amor de Deus, e mesmo assim Ele escolheu nos amar em Cristo. Quando o outro não lhe der motivos para amar, ame ainda mais e você estará se tornando semelhante a Jesus.
Sei que aos olhos do mundo isto é loucura, mas para o que crê, é salvação e poder de Deus (1 Coríntios 1.18).  A Bíblia ensina o que é o verdadeiro amor. E ela declara: “O amor .. tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta…jamais acaba” (I Coríntios 13.7,8). O conselho de Deus é que amemos o nosso cônjuge como Cristo amou a igreja (Efésios 5.25). Cristo escolheu amar quando a igreja o desprezou, quando a igreja o rejeitou. Ele se entregou por ela.
Pode o amor acabar? O verdadeiro amor jamais perece. Talvez o que esteja acabando no seu relacionamento são as falsas expectativas, o amor da paixão, o amor passageiro. Quando a paixão acaba ou estamos em uma crise, não significa que o amor acabou. De jeito nenhum, ele pode estar começando de verdade! Faça uma sábia escolha. Escolha amar até o fim.
Que Deus te abençoe muito e te renove hoje as esperanças no amor.

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